És lésbica? És gay? És preconceitos@? És capaz de desconstruir o teu preconceito?
O Simão Mateus criou uns testes por auto pontuação para nos ajudar a reflectir.
PS: Se estiveres com calor e quiseres refrescar-te, vai visitar o Simão no Museu da Lourinhã. As praias por lá são fresquinhas e lindas! Segue a costa até ao Baleal (direcção Peniche). Estaciona. Se decidiste ajudar os Bombeiros, quando olhares para o mar vês as Ilhas Berlengas. Guarda esta informação para quando voltares veres o sol pôr atrás delas.
Equipa-te com oito horas, lanche, água, muito protector solar e, opcionalmente, uma tabela das marés. Vai até ao areal e segue pela direita em direcção ao Norte. Se a maré estiver em vazante podes começar por não te despires e reforçares o protector mesmo que o sol não brilhe. Na caminhada até à Foz do Arelho ou se te faltarem as forças, até à Praia da Almagreira, vais atravessar zona rochosa. Se os teus pés não estão habituados às lapas ou escorregam sobre as algas, previne-te. Os obstáculos são transponíveis, não desanimes. Durante a caminhada vais encontrar muitos recantos que podes reclamar, temporariamente, como praia particular. Não esqueças, estás no Oeste.
Das arribas e falésias vêm dois perigos: o desabamento e os mirones (já os índios gostavam de aí se posicionarem). Diverte-te! Mas, se não deste pelo passar do tempo, não tentes voltar pela praia com a maré cheia ou em enchente, principalmente se as marés forem vivas!
Encontra um caminho pela subir a falésia e faz o caminho a seco.
E se passares por Ferrel, vê a pintura mural restante da luta nacional e internacional contra a central nuclear cuja construção foi iniciada no local 1976/1977.
(Lê + , escuta Fausto em “Rosalinda se tu fores à praia” ou lê a letra.)
Ferrel inspirou outros autores como Pedro Barroso, em “Ferrel querem construir uma central” ou Eugénio de Andrade:
Ao Miguel, no seu 4º Aniversário,
E contra o nuclear, naturalmente
(11/03/84)
Vais crescendo, meu filho, com a difícil
Luz do mundo. Não foi um paraíso,
Que não é medida humana, o que para ti
Sonhei. Só quis que a terra fosse limpa,
Nela pudesses respirar desperto
E aprender que todo homem, todo,
Tem direito a sê-lo inteiramente
Até ao fim. Terra de sol maduro,
Redonda terra de cavalos e maças,
Terra generosa, agora atormentada
No próprio coração: terra onde teu pai
E tua mãe amaram para que fosses
O pulsar da vida, tornada inferno
Vivo onde nos vão encurralando
O medo, a ambição, a estupidez,
Se não for demência apenas a razão;
Terra inocente, terra atraiçoada,
Em que nem sequer é já possível
Pousar num rio os olhos de alegria,
E partilhar o pão, ou a palavra;
Terra onde o ódio a tanta e tão vil
Besta fardada é tudo o que nos resta,
Abutres e chacais que do saber fizeram
Comércio tão contrário à natureza
Que só crimes e crimes pariam
Que faremos nós, filho, para que a vida
Seja mais que a cegueira e cobardia?
(Obrigada Alma Azul)
Dia em cheio, hem? 1
1 Expressão usada, com entonação interrogativa, para indicar espanto ou extrair uma reacção! Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa