Muito se tem escrito e dito sobre a igreja católica ter excomungado, por prática de aborto, a mãe e os médicos de uma menina de nove anos abusada desde os 6 anos pelo padrasto, que corria perigo de vida por estar grávida de gémeos (ler +).
Perguntam - porque não excomungam antes o violador?
A mim surpreende-me que se manifeste tanto espanto.
A posição da igreja é lógica e coerente com as suas crenças e regras plenamente difundidas:
Primeiro, a violação e abuso de menores não são, para o Vaticano, pecados graves. A excomunhão é a pena mais severa aplicada pela Igreja Católica aos pecados mais graves. Por exemplo, deitar fora uma hóstia consagrada, usar violência contra o papa ou provocar aborto (ler +).
Nem sei se o consideram um pecado de todo; o padrasto cumpriu a missão primordial que Deus deu ao homem "crescei e multiplicai-vos". Não esqueçamos, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, disse que a lei de Deus está acima da lei humana.
Segundo, a excomunhão impede o exercício de certos actos eclesiais.
Já imaginaram o impacto que a excomunhão dos abusadores de crianças teria sobre a hierarquia da igreja?
Não, a mim não me espanta a posição da igreja. Os violadores não podem ser excomungados.
Post scriptum
- Ele cometeu um crime hediondo, mas não está incluido na excomunhão. Existem tantos outros pecados graves. Mais grave do que isso, é o aborto, eliminar uma vida inocente - afirmou o arcebispo. (ler +)
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